quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Entrevista com Rafael Bastos do Bahia



1- Antes do Bahia, você passou por quais clubes?
Escolinha do Vasco, depois o Vasco, Fluminense, uma empresa do Rio de Janeiro a  Profut, depois fui para o Angra dos Reis e depois o Bahia

2-Quando você teve a oportunidade de jogar no Bahia o que você pensou?
Fiquei muito feliz. É um grande clube brasileiro, de muitas glórias, fiquei muito alegre. Até porque jogava em times pequenos como essa empresa Profut, o Angra, fiquei muito animado de chegar aqui, dar meu máximo e chegar a equipe profissional, onde estou hoje. Agora, é trabalhar para levar o Bahia para o lugar de onde nunca deveria ter saído.

3-Você veio para o Bahia com quantos anos?
20 anos. Em 2005.

4-Como o seu futebol foi descoberto pelo Bahia?
Em 2005, disputei a Taça São Paulo pelo Angra dos Reis, enfrentei o Bahia e me destaquei. Carlão e Bobô me viram e me trouxeram para o Bahia.

5-Você se espelha, ou se espelhou em algum jogador, quando iniciou a carreira?
Sempre me espelhava principalmente em Romário, que estava no auge. Do futebol atual admiro muito o futebol de Kaká

6-Romário está próximo de encerrar a carreira. Dos mais novos quem você mais admira?
Do futebol atual admiro muito o Kaká

7-Você se lembra qual foi a sua estréia pela equipe profissional do Bahia?
Lembro. Um Bavi no Barradão. Na semana que saímos da Taça São Paulo nas quartas-de-final, já cheguei e concentrei com o profissional. Perdemos por 2 a 1.

8- Você pensa em jogar no futebol europeu? Qual seu projeto de futuro na carreira?
O sonho de qualquer jogador brasileiro é chegar à seleção. Ir para Europa é mais por termos financeiros. É bom, também, para a seleção. Mas é bom fazer uma história no Brasil, sair com uma moral alta. Não chegar lá como um desconhecido. Se tiver que sair como desconhecido, só pelo financeiro mesmo, para ajudar a família, que vem em primeiro lugar.

9-Você tem idade ainda para a próxima Olimpíada. Você tem esse objetivo?
Qualquer jogador pensa em chegar a seleção, é um sonho. Tudo é possível. Na vida, a gente trabalhando forte, com certeza Deus abençoa. Meu pensamento é esse, nunca descarto isso da minha cabeça, que sempre eu posso. Até o “professor” Lula (Pereira) fala que não tem melhor do que a gente. “Pode ter igual, mas melhor não tem.” Sempre me espelho nisso para batalhar e chegar no meu auge.

10-Você teve um desentendimento público com o técnico anterior, Charles Fabian, que já tinha sido seu treinador nas divisões de base. Como você encarou esse conflito e a sua saída do time titular?
Muito tranqüilo. Porque eu tava passando por um momento difícil. Acho que até foi por que eu estava com a cabeça quente e errei com o “professor” Charles. Ele teve a atitude certa e me tirou do time. Mas eu sempre tive a minha cabeça tranqüila, e sabia que trabalhando e voltando a jogar o grande futebol que eu apresentei no Campeonato Baiano, eu voltaria a ser titular.

11-Você tem uma preferência por alguma posição?Já jogou no meio-campo e no ataque do Bahia.
Eu sou meia de origem. Minha posição é no meio de campo. Mas onde o “professor” me colocar e achar que eu vou ajudar, eu vou estar a disposição. Tenho certeza que o “professor” nunca vai me cobrar o que eu não posso fazer.

12-Como você poderia definir a torcida do Bahia?
Não tem igual. A torcida é maravilhosa. Na Série C, colocar 50, 60 mil na Fonte Nova, é difícil de falar. Essa torcida é importante demais. Me acolheu muito bem, inclusive nos meus momentos difíceis. Sempre pedindo para eu entrar nos jogos, sempre me ajudando.
Para mim é muito importante, eu nunca vou me esquecer. Para onde eu for, eu sempre vou levar a torcida do Bahia, na minha cabeça e no meu coração.

13- Quando você jogou nas divisões de base de Vasco e Fluminense, você chegou a jogar em preliminares de jogos profissionais. E as torcidas, são parecidas com a do Bahia?
Joguei em São Januário, nas Laranjeiras. A torcida é muito diferente daqui, a torcida não comparecia tanto como aqui, não.

14- Para vocês que estão iniciando a carreira, qual a importância de jogadores mais experientes no time?
Sorato, Emerson, Luciano Baiano ajudam bastante. Sempre que podem estão conversando, dando conselhos sobre a vida. Por tudo que já passaram no futebol, são jogadores bastante rodados no cenário nacional. Brigam na hora que têm que brigar. Dão bronca na hora que têm que dar. Mas é sempre bom estar junto dessas pessoas que querem sempre o nosso bem.

15-O que representa pra você subir com o Bahia para a segunda divisão.
Desde que eu cheguei só vi coisas ruins no Bahia. Vi perder um Baiano, descer para a terceira divisão. Para minha carreira será muito importante esse título, até para dar alegria a essa torcida, que merece. E também disputar a segunda divisão pelo Bahia, um grande clube, e conseguir recolocar ele no seu devido lugar, será muito importante, para mim, para minha carreira, para a torcida, para todo mundo. Será muito bom.

16-Qual o jogo inesquecível da sua carreira?
Bahia e Colo-Colo, no Campeonato Baiano desse ano. Nós ganhamos de 3 a 1. A gente vinha de uma derrota, na Fonte Nova, contra o Fluminense de Feira. Tava tudo dando errado, tudo difícil, e ainda iríamos enfrentar o campeão do primeiro turno. Então o Mauro (Fernandes), chegou, conversou mudou muita gente do elenco, e foi uma partida de retomada, que me marcou bastante.

17- Dos técnicos que você já trabalhou, quem você acha que mais te ensinou e ajudou?
Eu tive poucos. Quem me ajudou bastante aqui no Bahia, me deu muitos conselhos, foi o Mauro (Fernandes), uma pessoa que me ajudou muito. Foi como um pai, para mim. Me indicou em clubes, e sempre me dando ótimos conselhos.

18- Qual foi o gol mais bonito da sua carreira?
Foi o gol de bicleta que eu fiz pelo “Nordestinho”, contra o Guarany de Sergipe. Jogando pela equipe B, enquanto eu estava suspenso e não podia jogar pela equipe principal.