segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Charles, o Anjo 50, e a explosão de felicidade tricolor


Leandro Silva

Depois de uma semana sufocante, o êxtase. Depois da derrota para o ABC, em Natal, na última quarta-feira, muita gente "jogou a toalha" e já não acreditava na classificação do Bahia para o octogonal final da Série C. A revolta da torcida com a desclassificação que batia à porta do Esquadrão de Aço fazia com que a bela campanha do clube na competição, até ali, fosse esquecida.

O público de 8 mil pessoas presentes à Fonte Nova, para ver Bahia e Fast Club, foi pouco para a torcida tricolor, mas parece que houve uma seleção. Só foi ao estádio quem parecia acreditar que a Estrela do Bahia voltaria a brilhar. A torcida deu um show. Apoiou do início ao fim e, inteligentemente, deixaria para protestar depois da partida, caso acontecesse a eliminação.

O nervosismo da situação acabava com as unhas e o ar dos torcedores e parecia pesar 10 quilos nas pernas dos jogadores do Bahia. A primeira explosão dos torcedores aconteceu com a perda de um pênalti do Rio Branco, bem longe, lá no Acre. Quem estava em campo e viu a reação da torcida, com certeza, deve ter imaginado um gol do ABC.

No primeiro tempo, Danilo Gomes era quem conseguia criar algumas situações perigosas. A lentidão de Cléber parecia atrapalhar os planos dos fanáticos tricolores. No segundo tempo, as esperanças se renovaram com a entrada de Inho Baiano em lugar do camisa 10.

Em compensação, Danilo cansou e não conseguiu mais repetir a atuação do primeiro tempo. Deu lugar a Charles. O Bahia tentava de todo jeito furar o bloqueio do Fast e aumentava a tensão. As rádios já anunciavam o final de Rio Branco e ABC em 0 a 0. Bastava um gol ao Bahia.

Foi aí que o destino quis que Charles, que ficou marcado pelas lágrimas flagradas após a derrota para o ABC, fosse o responsável por devolver a alegria aos torcedores do Bahia. E que alegria. Carlos Alberto foi ao fundo e cruzou na medida, sem goleiro, para Charles, aos 50 minutos, empurrar para o fundo das redes. Aí foi só comemorar, e muito, a vaga entre os oito melhores da Série C. Os torcedores abraçavam uns aos outros como se agradecessem a cumplicidade na crença da salvação tricolor.

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