terça-feira, 10 de junho de 2008

Levanta, sacode a poeira

Leandro Silva

Desde o dia 6 de abril quando o Bahia estreou no quadrangular decisivo do Campeonato Baiano com um empate por 0 a 0 com o Vitória da Conquista, Adilson não entrava em campo. Na partida seguinte, contra o Itabuna, Ávine se destacou e ficou com a camisa 6. O exílio das quatro linhas do lateral durou dois meses, até ele entrar e se destacar na vitória do Bahia por 2 a 1 contra o Criciúma no último sábado. Sua estréia coincidiu com a do técnico Arturzinho e da volta do bom futebol, esquecido desde a goleada contra o Vitória da Conquista pelo Baiano.

“Eu considerei sábado como uma reestréia e foi muito boa. Tanto pela minha atuação quanto da equipe, que teve uma pegada muito forte. A marcação foi muito boa”, disse o lateral.

Ele que costuma se destacar por causa dos cruzamentos aéreos deu logo uma amostra da sua especialidade na sua volta à equipe titular, com um ótimo cruzamento para o primeiro gol do jogo, marcado, de cabeça, por Galvão. Ele conta o segredo dos bons cruzamentos. “É o dom de Deus e muito trabalho. Um pouquinho de cada. Quando o jogador trabalha sério, cresce sempre”, disse.

No Campeonato Baiano deste ano, Adilson começou se destacando, até mais do que na Série C do ano passado, até se contundir na nona rodada, contra o Poções e voltar apenas na 19ª rodada contra o Feirense. Depois, sem repetir as boas atuações do início do ano foi perdendo espaço até ser retirado do exílio pelo seu comandante do ano passado, Arturzinho, que já o alçou à condição de titular.

“Ele me colocou por causa da confiança que ele tem por mim por eu ter mostrado um bom futebol e fiquei muito feliz”, disse.

Concorrência – Para completar o cenário favorável à sua permanência na equipe titular, seu concorrente à vaga, Ávine, foi testado no meio de campo e também realizou grande partida contra o Criciúma, podendo ser mantido nesta função quando voltar da suspensão pelo terceiro cartão amarelo, que vai tirá-lo da partida contra o Paraná, sábado.

Ávine ainda não foi o mesmo da atuação brilhante no primeiro Ba-Vi do quadrangular decisivo, quando o Bahia venceu por 4 a 1, mas não lembrou nem de longe a figura apagada que errava praticamente todos os lances nas últimas partidas pela Série B.
“Ávine é um excelente jogador. E é muito inteligente, tanto atuando na lateral quanto no meio. Por isso, ele vai se dar bem no meio de campo e ainda vai me ajudar”, diz Adilson, rindo.

O lateral tem 27 anos e está no maior clube da sua carreira. Antes, atuou no Marília, quando cruzou o caminho tricolor em uma das fases decisivas da segunda divisão de 2004, no Santo André, quando subiu para a Série B, no Noroeste, quando chegou a A-1 paulista, e agora luta por um segundo acesso pelo Bahia.

Outro lado – Se a torcida ficou satisfeita com o desempenho dos dois laterais canhotos do elenco na partida em Santa Catarina, o mesmo não se pode dizer da outra lateral. Luciano Baiano voltou a não convencer e a estréia de Thiago Maciel, ex-Vasco, no sábado já ganha força.

Não deve ser a única alteração com relação à equipe que venceu a segunda partida na competição. Com a suspensão de Ávine, uma vaga fica aberta no meio de campo, e a briga deve ser entre Rivaldo e Ananias. A escolha deve ser baseada na postura que o time deve ter, mais ofensiva, no caso de Ananias, ou mais defensiva, no caso de Rivaldo.

A outra mudança pode ser a aguardada estréia de Alison na Série B. Depois de passar quatro rodadas contundido e ter sido liberado da primeira pelo nascimento da filha, o beque finalmente deve ser liberado para atuar. Com isso, Cléber Carioca deve aguardar outra chance.

Além de Alison, Fábio já está liberado. Marcone deve voltar a treinar normalmente hoje. Seu retorno à equipe pode alterar o esquema, ou ele pode voltar a jogar no meio de campo.

Ontem, houve apenas treino físico no Fazendão visando a partida do próximo sábado contra o Paraná. O técnico Arturzinho estava no Rio de Janeiro, cuidando de detalhes da sua mudança.

Ataque – A julgar pelo aproveitamento na última partida, a dupla de ataque formada por Galvão e Bruno Cazarine deve ser mantida. Depois de quatro jogos, foi a primeira vez que uma dupla de frente que iniciou a partida pelo Bahia conseguiu marcar.
A última vez tinha sido na goleada de 5 a 0 sobre o Vitória da Conquista pela fase final do Baiano. Naquela partida atípica, Pantico fez três e Cristiano fez um. Os dois já foram embora. Charles, que entrou depois, também fez gol naquele jogo.
A última vez que dois atacantes marcaram no mesmo jogo tinha sido em 17 de fevereiro, quando Pantico e Didi marcaram contra o Fluminense de Feira.

Corpo Mole– A boa atuação da equipe na estréia de Arturzinho voltou a gerar as insinuações de que os jogadores estavam fazendo corpo mole para derrubar Comelli. Os atletas se apressam em negar.

“Não houve nada. Eu falo por mim. O que houve foi Arturzinho dar motivação até para quem não estava jogando, como eu. Ele deu muita moral para todos os jogadores”, diz Adilson.

Ainda em campo, depois da partida de sábado, Elias falou para a TV Bahia, negando a situação, mas criticando Comelli.


Matéria publicada originalmente no Jornal A Tarde do dia 10/6/2008

quinta-feira, 5 de junho de 2008

A Copa das estrelas

Leandro Silva

Amanhã, quando a bola rolar para Suíça e República Tcheca, vai começar a Copa do Mundo sem o Brasil e a Argentina, como é de costume se referir à Eurocopa, devido ao seu nível elevado. Mas se a Seleção Brasileira não participa da competição continental de maior prestígio do mundo, por questões geográficas, o País estará representado por seis jogadores e mais um treinador, o mesmo que levou o Brasil ao título mundial em 2002, na Alemanha, Luis Felipe Scolari.

Jogadores são seis: Pepe e Deco, de Portugal; Kuranyi, da Alemanha; Marcos Senna, da Espanha; Roger Guerreiro, da Polônia e Mehmet Aurélio, da Turquia. E poderia ser mais se Eduardo da Silva, atacante da Croácia, não estivesse fora por causa de uma lastimável lesão sofrida em um jogo pelo Arsenal.

A Argentina tem presença também na seleção italiana com o meia-atacante Camoranesi. Puro reflexo da naturalização desenfreada de jogadores com o intuito de atuar por outras seleções. O sentido de patriotismo é deixado de lado, mas não deixa de ser uma atração a mais para o torneio.

Na Euro de 2004, por exemplo, a presença de Deco e Felipão na seleção lusa fez com que muitos brasileiros torcessem pelo título português, que acabou não acontecendo depois de perder a final, em casa, para a Grécia, em uma zebra histórica.
Será que este ano o bicho listrado vai passear pelos gramados austríacos e suíços, também?

Antes mesmo de a bola rolar para a fase final, a zebra já fez estrago com a eliminação da Inglaterra, nas eliminatórias, desfalcando a competição com a ausência de uma seleção com a tradição inglesa e de grandes estrelas como Gerrard, Lampard, Rooney e John Terry. Melhor para as principais postulantes ao título que já se livraram de uma forte concorrente. Alemanha, Itália, França, Portugal, Holanda e Espanha são as favoritas, mas pelo menos uma delas vai cair na primeira fase, já que Itália, França e Holanda estão no mesmo grupo, garantindo um grande clássico em cada rodada da primeira fase desta 13ª Eurocopa.

História – A primeira Euro ocorreu na França em 1960, ainda chamada de Taça da Europa de Nações, e a extinta União Soviética ficou com o título ao vencer a anfitriã na final. Na Euro seguinte, ela voltou a enfrentar a seleção mandante na final, mas perdeu para a Espanha.

Apenas duas seleções já conseguiram repetir a dose e ficar com outro título. A recordista Alemanha, que venceu três vezes, e a França, com dois títulos.

Importância – Para demonstrar o prestígio que tem a Eurocopa, basta lembrar que, enquanto é muito comum ver os jogadores sul-americanos, principalmente brasileiros, pedindo dispensa para não jogar a Copa América, ninguém quer abrir mão de disputar a Euro. Exceto aqueles jogadores que resolveram se aposentar das seleções.

Com isso, o nível fica altíssimo e é possível ver tantas estrelas reunidas como Cristiano Ronaldo, Ibrahimovic, Van Nistelrooy, Henry, Ballack, Luca Toni, Fernando Torres, etc. Em compensação, hoje, a Liga dos Campeões tem uma constelação ainda maior, com a presença dos astros sul-americanos e africanos.

Em comparação com a Copa do Mundo, a Euro leva uma certa vantagem. Como são apenas quatro grupos, os jogos tendem a ser mais equilibrados desde a primeira fase, pois não há espaço para equipes muito fracas. Por outro lado, a ausência de escolas de futebol diferentes faz com que os jogos percam um pouco do charme da Copa, e os jogos se tornem mais monótonos.

Matéria publicada originalmente no Jornal A Tarde do dia 6 de junho de 2008

EURO 2008 - A chave mais brasileira

Leandro Silva

O Grupo A deve ser marcado pelo equilíbrio. É a chave com mais brasileiros na competição. Nele, está a dona da casa com maiores chances de superar a primeira fase da competição, a Suíça, que deve brigar com República Tcheca e Turquia por uma segunda vaga ao lado do grande favorito do grupo, Portugal. Os lusos esperam subir um degrau com relação à última Euro, quando ficaram com o vice-campeonato em casa. E grande parte do otimismo com relação a uma boa campanha se deve à presença da maior estrela do futebol mundial atualmente: Cristiano Ronaldo.

O português, que está gastando a bola em 2008, tem a chance de unificar os títulos do Velho Continente, de clubes e seleções. O ponto fraco de Portugal é a falta de um centroavante de alto nível. Nuno Gomes, Hugo Almeida e Postiga não convencem.

A Suíça leva uma grande vantagem frente aos adversários por causa do apoio da torcida. O time chamou a atenção na Copa do Mundo da Alemanha por sair da competição sem sofrer um único gol, mas o guardião da meta mudou. O veterano Zuberbuhler foi convocado, mas perdeu a posição para Benaglio, que se destacou no Campeonato Alemão deste ano. O meia Inler e o atacante Frei são as esperanças ofensivas. Na defesa, Senderos, Djourou e Magnin se destacam.

A República Tcheca chega mais fraca que nas últimas competições. As ausências de Rosicky, machucado, e Nedved, aposentado da seleção, acabam com o meio de campo tcheco. Cech no gol e Koller, no ataque são as armas do mago Karel Brückner para tentar uma vaga.

Já a Turquia ainda tem alguns remanescentes da equipe que disputou a semifinal da Copa de 2002 contra o Brasil. Nihat é a principal arma ofensiva. O time ainda conta com o volante brasileiro Mehmet Aurélio.

Matéria publicada originalmente no Jornal A Tarde do dia 6 de junho de 2008

EURO 2008 - Passeio alemão preparado

Leandro Silva

Essa é a chave com menos estrelas de grande porte na competição. A Áustria, também dona da casa, ao contrário da Suíça não parece ter condições de passar de fase. A Alemanha é a grande favorita para ficar com o primeiro lugar do grupo. A Croácia deve disputar com a Polônia a segunda vaga, com favoritismo para a os croatas.

A Alemanha é uma seleção cada vez mais consistente e o técnico Joachim Low tem à sua disposição peças satisfatórias em todas as posições. O meia Ballack, vice-campeão europeu pelo Chelsea, continua sendo o maior destaque do time. É dele o papel de municiar um ataque que deverá ser formado por Klose e Mario Gómez.

No entanto, o goleiro Lehmann não é mais o mesmo. Adler está em melhor fase, mas o ex-goleiro do Arsenal deve ser mantido pelo nome.

A Croácia protagonizou uma das maiores zebras das eliminatórias ao eliminar a Inglaterra, mesmo já estando garantida na competição. Mas terá uma ausência que enfraquece muito o time. O brasileiro Eduardo da Silva chocou o mundo ao sofrer uma entrada violenta de Martin Taylor em um jogo pelo Arsenal e viu o sonho de defender a Croácia em uma grande competição adiado. O grande problema do técnico Bilic é encontrar um substituto para o brazuca. No meio de campo, no entanto, está a maior esperança da torcida croata: o meia Modric.

Enquanto a Croácia perdeu o seu brasileiro, a Polônia ganhou um: o meia Roger Guerreiro. Mas os destaques do time continuam sendo o meia Krzynowek e Smolarek, além do goleiro Boruc. Já a Áustria é a equipe mais fraca do grupo e só resta confiar na força da torcida para sonhar com uma classificação. O lateral Garics e os atacantes Harnik e Linz são os destaques do time.

Matéria publicada originalmente no Jornal A Tarde do dia 6 de junho de 2008

EURO 2008 - O verdadeiro grupo da morte

Leandro Silva

Jamais, em uma fase de grupos de uma grande competição, alguma equipe deve ter “reclamado” tanto da sorte com o resultado de um sorteio quanto a Romênia. Afinal o que dizer de cair no mesmo grupo que Itália, França e Holanda? Pedreira pura. Este é um incontestável Grupo da Morte e os dois sobreviventes devem seguir muito fortes na competição. É complicado eleger favoritos, mas Itália e França, que decidiram a última Copa do Mundo levam alguma vantagem.

A Itália tem desfalques do nível de Cannavaro e Totti que enfraquecem a equipe. O técnico Donadoni, no entanto, tem à sua disposição inúmeras armas como o veterano Del Piero, que fez um grande Campeonato Italiano pela Juventus, e Luca Toni, um dos melhores centroavantes de área do futebol atual. Di Natale, da Udinese, em ótima fase, é outro destaque, mas não pareceu prudente abrir mão do talismã Filipo Inzaghi.

A defesa perde em qualidade individual com a saída de Cannavaro, cortado para a entrada de Gamberini, mas deve manter a tradição de dar muito trabalho para os ataques adversários.

A França vai para a primeira grande competição pós-Zidane e tenta provar que vai conseguir sobreviver em alto nível sem o antigo maestro.

Thierry Henry permanece como maior destaque ofensivo da equipe, mas o jovem Karim Benzema é outro que pode brilhar. Além de Ribery, Nasri, Gomis, Anelka e Malouda, provando que Domenech está bem servido na frente. Na defesa, a ausência de Mexés pareceu inexplicável.

A Holanda pode ter problemas para se classificar por ter a defesa mais fraca. Apesar de ter grande poder ofensivo com Van Nistelrooy, Huntellar, Robben, Van Persie e Van der Vaart. Já a Romênia tem Mutu, Dica e Chivu como destaques.

Matéria publicada originalmente no Jornal A Tarde do dia 6 de junho de 2008

EURO 2008 - A Fúria contra uma nova zebra

Leandro Silva

O Grupo D é o da atual campeã Grécia, mas a Espanha pinta como maior força. Os gregos parecem em desvantagem para lutar por uma segunda vaga com suecos e russos.

Já virou tradição, a cada competição que se inicia, a Espanha parece estar com a seleção mais forte da sua história e o grupo atual passa a mesma sensação. Contando com destaques do nível dos meio-campistas Cesc Fábregas, do Arsenal; Xavi, do Barcelona, e David Silva, do Valencia, e atacantes como David Villa, do Valencia, e Fernando Torres, do Liverpool, a Fúria tem a chance de acabar com o estigma de amarelar nas grandes competições e reeditar a Euro de 1964, quando ficou com o título.

O poder ofensivo ainda é amparado por um grande goleiro: Iker Casillas, do Real Madrid. A zaga com Puyol e Marchena é questionável, mas o primeiro costuma contagiar o grupo com a sua garra.

Já a Suécia tem uma equipe consistente e amparada em um dos maiores destaques individuais do Velho Continente: o grandalhão Ibrahimovic, da Internazionale, considerado como responsável direto pelo tricampeonato nacional de seu clube. Os suecos ainda terão a presença do veterano Larson.

A Rússia chega a Euro, surpreendentemente, cheia de moral por dois motivos: ter conseguido se classificar, deixando a Inglaterra para trás, e pelo título da Copa da Uefa conquistado pelo Zenit, que fornece alguns destaques como Anyukov, Arshavin e Progrbnyak. O goleiro Afinkeev, do CSKA é outro destaque.

A Grécia precisa que aconteça outra grande zebra para conseguir chegar longe novamente este ano. O atacante Charisteas, que marcou o gol do título, permanece no comando do ataque grego. Karagounis e Katsouranis se destacam no meio.

Matéria publicada originalmente no Jornal A Tarde do dia 6 de junho de 2008

Os Cavaleiros do Rei Artur

Leandro Silva

O Rei Artur, segundo a lenda, contava com fiéis seguidores, os cavaleiros da Távola Redonda, que lhe davam respaldo para novas conquistas. No antigo reinado de Arturzinho no Bahia, ele também contava com os seus cavaleiros fiéis: entre eles Rogério, Adilson, Fausto, Emerson Cris e Elias, que ajudaram no acesso à Série B e acabam de ser convocados para uma nova missão: subir para a Série A. Dois deles estavam esquecidos por Comelli: o lateral Adilson e o volante Emerson Cris.

“A gente fica feliz por isso porque ele já conhece a maioria do grupo e sabe do meu potencial. Essa confiança é importante”, diz o antigo capitão.

“Por ter trabalhado recentemente no clube, sei que tem pessoas que eu confio e acredito que rendem mais comigo”, diz o treinador sobre o volante.

O meia Elias vivia em baixa no Bahia até que Arturzinho resolvou promovê-lo a titular na Série C do ano passado e ele guarda boas lembranças.

“Com ele que eu comecei a jogar bem e a fazer gols. Ele sempre me dizia que eu tinha que fazer mais gols. Tenho muito a agradecer a ele e espero retribuir em campo, agora”, diz Elias.

Apesar de toda a confiança adquirida, é melhor que os jogadores deixem as barbas de molho. “Eles têm que mostrar se o que eu conhecia deles é o suficiente para serem mantidos”, diz Arturzinho.

“Eles conhecem o meu perfil, de amizade, mas de muita cobrança. De não estar satisfeito com nada e exigir que eles tenham a mesma conduta”, diz.
Esse tal perfil foi evidenciado no coletivo da manhã de ontem. Ávine, que estava treinando na equipe reserva, cometeu um erro e recebeu uma ameaça de bate-pronto. “Você me conhece. Se continuar assim, nem viaja”.

O lateral briga por uma posição no meio de campo com o volante Rivaldo, que também foi contemplado pelas broncas do treinador. Irritado por um passe do volante quando poderia ter chutado a gol.

Treino– Arturzinho iniciou o coletivo ontem pela manhã no Fazendão com: Darci, Luciano Baiano, Cléber Carioca, Rogério e Adilson; Fausto, Emerson Cris, Rivaldo e Elias; Juca e Galvão. Da equipe do ano passado, foram substituídos apenas aqueles que foram embora e Alison, machucado.

Arturzinho ainda não confirmou o time. Além da dúvida entre Ávine e Rivaldo, existe uma indefinição no ataque. Juca, único atacante tricolor a balançar as redes no Nacional, deve reaparecer. Resta a dúvida entre Galvão e Cazarine, que fez um golaço no coletivo.

A mudança no esquema, agora com apenas dois zagueiros é uma das alternativas de Arturzinho para tentar a recuperação. “Vamos ver se está faltando qualidade ofensiva, ou se não estávamos tendo a ofensividade necessária”, disse. Além dos treze que estão mais cotados para o jogo, viajaram: Fabiano, Padovani, Diogo, Ananias e Meneghel.

Matéria publicada originalmente no Jornal A Tarde do dia 6 de junho de 2008

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Ping-pong com Arturzinho - técnico do Bahia

A TARDE Você estava assistindo aos jogos do Bahia na Série B?
Arturzinho Eu assisti um jogo diante do Santo André que o Bahia perdeu de 2 a 0. Assisti partes. Não assisti todos, não. Eu assinei os jogos dos Campeonatos da Série A e da Série B, mas tinha sábado que eu estava trabalhando lá no Centro Esportivo e não deu para acompanhar totalmente. Mas estou sempre em contato com as pessoas da Bahia e sei mais ou menos o que está ocorrendo.

ATEC Do grupo que está aí, você conhece praticamente todos. Dos novos jogadores que não estavam no ano passado, quem você conhece?
Arturzinho De futebol, a gente conece todo mundo. Mas trabalhar junto com alguns é a primeira vez. Já estamos analisando o comportamento deles tanto em termos individuais quanto coletivos. Comportamento disciplinar e um comportamento que acho importantíssimo que é a postura de um jogador que tem que atuar no Bahia. Tem que ter uma personalidade muito forte, tem que se impôr e tem que jogar em alto nível.

ATEC Com pouco tempo para armar a equipe para a próxima partida, você pretende priorizar a base que você montou ou o time que o técnico Paulo Comelli vinha escalando?
Arturzinho Um pouco de tudo. É óbvio que a gente não vai desmanchar o que o Comelli fez, até porque já vinha com o grupo treinando e jogando a maior parte dos jogos. Mas como eu já conhecia o grupo anteriormente e tem alguns jogadores que eu confio e que eu acho que poderão nos ajudar nesse início, vamos fazer algumas mudanças porque é importante que a gente dê uma sacudida no grupo e motive eles para esses jogos.

ATEC Esse é o caso de Emerson Cris?
Arturzinho Com certeza. Um jogador que era capitão da nossa equipe, que fez uma ótima Série C e que não estava sendo aproveitado. Como eu confio nesse atleta, ele vai retornar à equipe. Se ele não voltar a jogar o que vinha jogando na Série C, vai ser preterido por nós.

ATEC Com relação a Reinaldo Aleluia, ele estava afastado pela diretoria, só aguardando propostas. Como fica a situação dele?
Arturzinho A diretoria vai solucionar o problema dele. Quando eu cheguei, as coisas já estavam definidas. Não vou solucionar esse problema porque não é o caso de opinar porque a situação já estava definida.

ATEC E você pensa em utilizar esse jogador?
Arturzinho Muito difícil.

ATEC Qual o real objetivo do Bahia, na sua opinião? Subir ou se manter na Série B?
Arturzinho Subir. O Bahia sempre trabalha almejando o máximo e este é o objetivo pelo qual eu vim. Se eu não acreditasse na possibilidade de ascensão, eu não viria. Até porque eu sempre penso no máximo. Quem sabe, além de postular as quatro primeiras vagas, a gente possa também brigar pelo título. Até porque o campeonato é longo e se começarmos a pontuar, podemos chegar ao final brigando até pela competição.

ATEC Com relação ao lateral-direito Fábio, o contrato dele está para encerrar e o Bahia acabou de contratar o Tiago Maciel. Você pretende pedir que a diretoria renove o contrato dele, ou não?
Arturzinho Vamos analisar. É um jogador que parece que teve uma boa participação quando atuou. Tá machucado. Primeiro tem que se recuperar clinicamente para depois nós analisarmos qual será a posição definitiva da comissão técnica.

ATEC Você já chegou a pedir algum reforço?
Arturzinho Nós tivemos uma reunião, já vimos algumas carências. Já repassamos para a diretoria e acho que com boa vontade de todos, nós poderemos reforçar o grupo.

ATEC Boa parte da torcida não aprova a sua volta e a saída de Comelli. Você teme que a pressão se torne insustentável no caso de uma possível derrota do tricolor em Criciúma?
Arturzinho Pelo que eu vi, o torcedor estava chateado com os atletas e com os resultados. Com a minha presença, não. Até porque fiz o melhor possível no Bahia. São números que dizem por si só. Em relação a questionar ou não, a gente sabe que não existe unanimidade. E a gente sabe também que tem alguns problemas pessoais aqui que não vão ser solucionados nunca. (risos)

ATEC Uma das maiores críticas é que você mexe demais no time. Isso ocorre por causa dos problemas ou é uma característica sua?
Arturzinho É uma característica nossa. Eu não gosto de titularidade absoluta, mas se as pessoas perceberem, eu digo para você o time que jogou o ano passado e você vai saber de cor porque a base sempre fica. Quando há uma má fase desse ou daquele atleta, a gente tira. Mas se você analisar a Série C, você vai escalar meu time todinho com uma ou duas peças sendo trocadas. Era o Márcio, Carlos Alberto, Alison, Rogério, Adilson, Fausto, Emerson Cris, Ávine, Elias e o Nonato (esqueceu de Moré). Então, eu não mudo tanto assimo. É porque as pessoas gostam de criar alguma celeuma sem ter subsídios concretos.

Mexer para motivar

Leandro Silva

Quem observa Arturzinho comandando a equipe, seja nos treinos ou nos jogos, fica impressionado com tanta gesticulação e gritos. Contrastando com o jeito mais comedido do antecessor Comelli. A impressão que dá é de que é impossível não ser contagiado por tamanha energia. E a expectativa da torcida tricolor é que os seus comandados sigam seus exemplos e tenham mais vibração em campo, para que os bons resultados retornem.

E, para o técnico, uma das principais formas de dar essa motivação, além da vibração, é uma outra característica sua. A intensa mudança na equipe titular. Muito criticado por essa mania, Arturzinho reconhece que faz isso para evitar a acomodação com a titularidade absoluta.

Pensando nisso, o carioca chegou fazendo mudanças no time titular de Comelli. Ontem pela tarde, ele iniciou o coletivo com Darci, Luciano Baiano, Cléber Carioca, Rogério e Adilson; Fausto, Emerson Cris, Ávine e Elias; Bruno Meneghel e Juca.
Destes, apenas seis começaram como titulares contra o Barueri no último sábado. O que comprova o gosto do treinador por mudanças na equipe titular.

Barrado – O técnico recebeu duas boas notícias no início da noite. O zagueiro Rogério e o volante Rivaldo foram julgados ontem pelas expulsões contra o Santo André e estão liberados para jogar contra o Criciúma.
A absolvição de Rogério foi a mais comemorada, afinal, com as contusões de Alison e Marcone, o novo técnico teria apenas Cléber Carioca e Padovani para escalar no sábado.

Rogério foi absolvido e Rivaldo pegou um jogo de suspensão. Como já cumpriu contra o Barueri, está liberado.

Antigo titular absoluto de Paulo Comelli, e um dos melhores do meio para a frente da equipe, Rivaldo perdeu a condição desde a chegada de Arturzinho, mas não se desanima. “Que nada. Sou funcionário do Bahia e ele está colocando quem ele já conhece. Agora é esperar uma oportunidade e aproveitar”, dizia o meio-campista, ainda preocupado com o resultado do julgamento que só seria conhecido depois do treino.

Muito criticado no início, atuando como meia, Rivaldo deu um salto de qualidade quando passou a jogar mais recuado. Mas quem pensa que foi um improviso do antigo chefe se engana. “Prefiro jogar de segundo volante, mas também de meia. O importante é jogar. Eu comecei jogando de volante, mas depois acharam que eu tinha qualidade para jogar mais avançado e me adiantaram”, diz.

Problemas – Hoje, a equipe embarca, às 13h52, para Criciúma, em busca de um resultado positivo que reverta a situação atual. Antes, pela manhã, haverá mais um treino que pode ajudar a definir a equipe titular de sábado. Arturzinho tem ainda alguns problemas. Alison participou apenas de treinos físicos durante a semana e deve adiar mais uma vez a estréia na Série B.

Já o garoto Marcone, ainda não conseguiu se recuperar da lesão no tornozelo, sofrida na derrota para o Barueri e as chances de voltar à equipe são remotíssimas.
Para piorar, o atacante Galvão sofreu uma pancada no joelho durante o coletivo de terça-feira e não treinou ontem. Se voltar a não treinar hoje, deve ficar fora da partida.

Matéria publicada originalmente no Jornal A Tarde do dia 5 de junho de 2008

Bombeiro retorna para apagar o incêndio tricolor

Leandro Silva

“Não vou mais apagar fogo de ninguém, senão eu acabo me queimado”. Com essas palavras, um magoado Arturzinho se despedia do Fazendão no dia 3 de dezembro do ano passado, depois de alcançar o maior objetivo do clube no ano: subir para a Série B do Campeonato Brasileiro.

Exatos seis meses depois, eis que o bombeiro está de volta para tentar apagar o incêndio no mesmo Fazendão. Provocado pelo péssimo início de Série B sob o comando de seu antecessor, o paulista Paulo Comelli. Inferior até ao da campanha do rebaixamento para a Série C, em 2005, quando nesta mesma rodada, tinha sete pontos.

E ele confirma a fama de bombeiro. “Eu nunca peguei nada fácil. Principalmente, na Bahia. Quando me convidam é porque a situação tá complicada”, disse.

Artur já passou por situações parecidas no Vitória, quando alcançava o objetivo e era mandado embora, para depois voltar.

Segundo ele, a negociação foi muito rápida. O contato teria acontecido na manhã de ontem e ele aceitou na hora.

Arturzinho explicou o que lhe fez concordar. “Três fatores me fizeram aceitar a proposta. O primeiro é que o convite demonstrou um reconhecimento pelo que foi feito no ano passado. O segundo é que trabalhar no Bahia é sempre uma satisfação. E o terceiro é que eu acredito, por mais que seja difícil, no acesso”.

Surpresa – Quem apostou na queda de Comelli apenas trocou dinheiro. Mas quem adivinhou Arturzinho seria o novo técnico tricolor pode jogar na Megasena que vai se dar bem demais.

Arturzinho leva uma ligeira vantagem no aproveitamento na comparação com Comelli.
“Surpresa” e “inacreditável” foram as palavras mais mencionadas pela cidade com relação à volta do comandante.

Se confiavam no trabalho do treinador, porque não o mantiveram no cargo quando subiu para a Série B?

A justificativa para a sua demissão na época foi o pedido de R$ 50 mil de salário entre outras exigências. Ele reclamou pela ausência de contra-proposta.
Dessa vez, o técnico evitou falar em valores. “Foi comprovado que não era a parte financeira”.

Seis meses afastado do comando de qualquer clube, Arturzinho chegou com fome de trabalho e encerrou a entrevista com pressa. “Deixa eu ir que eu já tô atrasadão”.

Novidades – Ele desceu para o campo principal de treino e já comandou o primeiro coletivo. O goleiro Darci, que pediu para deixar o clube no ano passado, incomodado em ser reserva de Paulo Musse, foi mantido na equipe titular no treino.

“Não teve problema algum. Ele que não quis trabalhar. Se eu guardasse mágoa, eu não estaria aqui”, disse Arturzinho. O arqueiro colaborou com o discurso do professor. “Isso ficou no passado e eu quero colocar uma pedra em cima”, disse.

Se a volta do antigo comandante pode ter causado calafrios no goleiro, deve ter sido comemorada por outros jogadores como o volante Emerson Cris, que ganhou o colete de titular.

Homem de confiança de Artur na Série C do ano passado, ele formou o meio de campo ao lado de Fausto, Elias e mais uma novidade, o garoto Ananias.

O zagueiro Cléber Carioca barrou Padovani. Galvão e Cazarine foram mantidos. Alison e Marcone continuaram de fora. O primeiro fez um treino físico, enquanto Marcone faria exames em decorrência de uma contusão no tornozelo direito. Outro que ficou de fora foi o volante Totó, com uma lesão na coxa.

Queda– A saída de Comelli foi desenhada desde a derrota diante do Santo André. Depois do jogo que o Bahia não conseguiu marcar mesmo com um jogador a mais. Ele se despediu pela manhã e demonstrou resignação. “Isso é natural do futebol”.


Matéria publicada originalmente no Jornal A Tarde do dia 4/6/2008

terça-feira, 3 de junho de 2008

E o boné continua no seu devido lugar

Leandro Silva

Não adianta tentar fugir disso, o grande assunto de ontem no Fazendão era a permanência ou não de Paulo Comelli no comando técnico do Bahia. E ele está mantido e consciente de que os resultados vão decretar a sua longevidade. “Não vou ficar perdendo e ficar o tempo todo aqui. A gente sabe que futebol é resultado”, diz Paulo Comelli.

Na atual Série A, por exemplo, oito técnicos já deixaram seus clubes, mas apenas um foi demitido. Os outros pediram o boné. No Bahia, não aconteceu nem uma coisa nem outra. Para tentar sair da péssima situação em que se encontra, o técnico promete ser ousado já na próxima partida contra o Criciúma, sábado. “Não vou atuar com três zagueiros no próximo jogo, mesmo fora de casa, porque a equipe está criando pouco”.

Dos três zagueiros que se destacaram no estadual, apenas Marcone atuou contra o Barueri. E se contundiu. Agora é dúvida para o próximo jogo quando Rogério retorna após cumprir suspensão. Fechando o trio, Alison ainda não estreou na Série B, mas já está liberado pelo Departamento Médico. Resta ficar bem fisicamente para o jogo.

“Tenho que aguardar o Marcone, que dificilmente deve jogar. O próprio Alison não trabalhou com bola ainda. Vamos aguardar até quinta-feira para saber se podemos contar com eles”, diz o técnico.

As incertezas na defesa estão longe de ser as únicas do comandante. A sua maior dor de cabeça continua sendo escalar o ataque, pior da Série B, junto com o América de Natal. “Vamos analisar se cabe jogar os dois (Galvão e Bruno Cazarine) ou se vai o Galvão com um outro jogador”, diz Comelli, em dúvida se mantém o ataque com dois homens de características parecidas.

Também do ataque, Pantico, vice-artilheiro no ano, não faz mais parte do elenco do Bahia. Sem o contrato renovado, o baixinho deve disputar a Série C pelo Vitória da Conquista.

As mudanças esperadas no clube para a recuperação não são apenas nos nomes. “Precisa que um cobre o outro dentro de campo. Tem que retomar aquela identidade de um time aguerrido que sempre teve. Tá faltando esse espírito”, diz o volante Fausto.

Uma das causas para ele é a falta da Fonte Nova. “A gente perdeu muito porque o Bahia não é o Bahia sem o torcedor. Com a Fonte lotada, mesmo se tiver mal fisicamente você consegue se superar. Como não vamos ter a Fonte Nova, precisamos buscar essa motivação interna”, diz.

Bronca– O volante comentou sobre as críticas de Paulo Comelli aos comandados depois da derrota para o Barueri. “É complicado você ouvir alguém questionando as suas qualidades. O treinador sabe que isso repercute muito. Mas a gente vai poder demonstrar dentro de campo que somos capazes”, diz Fausto.

Mas ele acredita que a reclamação não vai atrapalhar. “Para mim, particularmente, me incentiva mais porque não é a declaração dele nem de ninguém que vai dizer se sou bom ou ruim porque eu tenho autocrítica. A gente respeita a opinião, mas não tem sempre que concordar.”

Matéria publicada originalmente no Jornal A Tarde do dia 03 de junho de 2008

segunda-feira, 2 de junho de 2008

A mais nova cria do Vitória

Leandro Silva

Marquinhos, Marcos ou Bebeto. Pode chamá-lo de qualquer jeito que ele vai atender com um sorriso aberto. E, realmente, o meia-atacante do Vitória tem tido motivos de sobra para sorrir neste ano de 2008, em que conseguiu um dos primeiros objetivos de qualquer aspirante a craque: aparecer para valer no elenco profissional do seu clube. É um ano de mudança, em que os holofotes baianos se voltaram para o garoto do Prado, pequena cidade do Estado da Bahia.

E ele roubou a atenção quando, em uma das suas primeiras aparições como titular, chamou a imprensa local e pediu para que passasse a ser chamado de Bebeto. A idéia não colou, mas o motivo seria homenagear seus conterrâneos que o conhecem desta maneira desde pequeno.

Seria a terceira geração de uma linhagem de muito sucesso na Toca do Leão, a começar pelo atacante Bebeto Gama, tetracampeão com a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos e também revelado pelo rubro-negro. E o segundo seria o volante Bebeto Campos, incansável na marcação, que trocou a base do Bahia pelo Vitória, junto com Newton Mota.

Na temporada passada, ainda conhecido apenas como Marcos, ele chegou a participar de alguns jogos no final da campanha do acesso do Leão à Série A, com o técnico Vadão. Mas foi neste ano que começou a se destacar ainda no primeiro turno do Campeonato Baiano, jogando na meia. Nada parecia estar dando certo para o Vitória, mas as suas boas atuações eram imunes às críticas.

Depois, ele se contundiu e passou a não ser mais utilizado como titular porque perdia muito peso durante os jogos e não agüentava os 90 minutos. Além de sofrer com a intensa movimentação de mercado promovida pelo Leão que contratava aos montes desde o início do ano, tentando acertar.

Acabou sendo preterido para a utilização de veteranos como Jackson e Ramon, demonstrando uma mudança clara na filosofia que norteou o clube desde a década de 90, com a valorização máxima dos pratas-da-casa. No time titular do Vitória, hoje, além dele, apenas o zagueiro Anderson Martins, muito contestado, é titular.

Ascensão

Com a saída de Vadão, técnico que o lançou, temia-se que Marquinhos perdesse espaço e tivesse sua evolução prejudicada. Ledo engano. Foi aí que o garoto deslanchou. E a senha para o sucesso foi a sua utilização como segundo atacante ao lado do experiente Rodrigão, sob o comando de Vagner Mancini. Ele pode continuar rendendo bem no meio-de-campo, sua posição de origem, mas no elenco do Vitória, hoje, as suas chances de ser titular no ataque são maiores.

O ponto alto foi o segundo Ba-Vi da fase decisiva do Campeonato Estadual, quando Marquinhos foi considerado o melhor em campo e ainda marcou o segundo gol dos 3 x 0 que recolocaram o Leão nos trilhos do título estadual. No fim das contas, foi o único jogador do Vitória na seleção do torneio e já recebeu uma proposta do futebol croata.

Marquinhos já fez um período de testes no Manchester United. A experiência no atual campeão europeu não durou muito, e as versões para isso são muitas. Uma das mais comentadas é que o Manchester teria desconfiado da idade real do meia-atacante e, por isso, optou por não investir na sua contratação. Com a bola no pé, de fato, ele vem demonstrando ser um garoto maduro - e um dos candidatos a revelação na Série A.

Ficha técnica

Nome completo: Marcos Antônio da Silva Gonçalves

Data de nascimento: 19/10/1989

Local de nascimento: Prado, Bahia

Clube que defendeu: Vitória

Texto publicado originalmente no Olheiros.net